domingo, 3 de maio de 2009

Museus vituais: "lugar de encontros e trocas"

A palavra museu vem do vocábulo latino museum, que , por sua vez, é derivado do grego ( mouseion ) e refere-se a um lugar ou a um templo dedicado às musas, divindades da mitologia grega que inspiravam as artes. Mnemósine, deusa da memória, a quem os gregos costumavam chamar “a rainha da Eleutéria”, era uma das titânides, filha de Urano (Céu) e Gaia (Terra). Para os gregos, a idéia de memória era bastante peculiar. A memória era constituída por meio da música e dos cantos, e não pela escrita, por isso na antiguidade as histórias eram cantadas. Com a escrita, os gregos sofisticaram o modo de guardar e proteger sua cultura. Assim, Mnemósine, que era a antiga musa, tornou-se mãe das nove musaus, que eram deusas das artes. E foi por meio das artes que os gregos mantiveram sua cultra e sua ciência.
O museu como conhecemos hoje remota à época em que os objetos saqueados de uma cidade eram exibidos como troféus. No final do século XVIII, coleções particulares começaram a ser exibida para o público, tanto por motivos financeiros quanto por status social. A partir daí, o museu passou a ser concebido como um espaço voltado à comunicação de massas. Coletar, conservar e pesquisar eram as principais funções dos museus, mas a função expositiva passou a ser predominante á medida que a instituição museológica tornou-se pública.
O museu está fortemente ligado ao uso do tempo livre e lazer. Seu caráter educativo só foi admitido muito recentemente (Barbosa, 2008). O Conselho Internacional de Museus (2008) define-o como uma instituição permanente, a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento e aberto ao público, que adquire, conserva, pesquisa e exibe, para finalidades de estudo, da educação e da apreciação, evidência material dos povos e de seus ambientes.
Diante das mudanças culturais, os museus adquiriram possibilidades interativas de intervenção.Podemos tomar por exemplo o Exploratorium Museum, criado por Frank Hoppenheimer na década de 70, em San Francisco ( EUA) que tem por princípio básico o hands on, minds on, que pretende que a experiência museológica seja de intervenção e criação. Seguindo essa perspectiva, foram criadas muitas instituições,como o Museo Maloka, de Bogotá (Colômbia), e o Museo de los Niños, de Córdoba (Argentina). No Brasil, o Museu Espaço Ciência Viva, no Rio de Janeiro. Impulsionados pelas novas tecnologias da informação e da comunicação,os museus adquirem possibilidades de criação coletiva e de comunicação. Normalmente abrigados em prédios imponentes e/ ou com valor histórico, passam a ocupar também páginas da internet.
As redes de informáticas também, entre outros, é um “lugar de encontro” de multidões de minorias e comunidades marginalizadas ou de coletividades de pesquisa e trabalho educativo ou artístico (Martín- Barbero,2003).
Entretanto, mesmo diante de todos os artifícios que a tecnologia pode disponibilizar para o homem, Walter Benjamim (escritor oriundo da escola de Frakfurt) é contra essa exposição maciça das obras de arte, ele argumenta que o valor da obra baseado em objeto de culto, admiração deixa de ser aplicado, ou seja, sua “aura” (características que são únicas de quem às criou) é atingida.Também, cada vez que a obra de arte é reproduzida, ganha novas características, mesmo que não seja alterada o seu próprio conteúdo, de qualquer modo é desvalorizado seu hic et nunc (autenticidade).
Porém, para doutores e pesquisadores da área, possibilitar o acesso ás obras de arte de modo virtual é uma estratégia de divulgação e de pesquisa que contempla a memória e a produção de conhecimento, o que acarreta em processos de produção, circulação e difusão de bens culturais, históricos e educacionais por meio do ciberespaço.Um museu virtual, devido a sua ação ou diponibilização digitalizada de seu acervo,constitui-se em um espaço cultural e de comunicação. Ao disponibilizar seu acervo virtualmente, o museu pode está em diversos espaços ao mesmo tempo e levar a eles história e cultura, criando redes de comunicação, de troca e de conhecimento, possibilitando asssim a aprendizagem em espaços informais para pesssoas em qualquer lugar.


FONTES: SILVEIRA, ADEMILDE SARTORI e JUSTO, PATRICIA MOREIRA, Museus e ciberespaço. Revista Pátio.n°48 pag 42-43,2009. Site:www.uesc.br/nucleos/nebwb/

2 comentários:

  1. Muito legal, me coloco totalmente contrario a Benjamim quando ele fala da reprodutibilidade, pois acho que todos tem direito a cultura e se formos contra essa reprodutibilidade daremos espaço para se fazer o que a igreja fez a muito tempo atrás de queimar pessoas pautada em palavras que só ela tinha acesso.

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  2. E isto não é um aspecto bom da tecnologia?

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