sábado, 23 de maio de 2009

Duda Mendonça + PT = Lula

A Publicidade Estatal

A relação que o Estado estabelece com a sociedade e o modo como cria formas alternativas de se comunicar com ela sem a intermediação da imprensa é um assunto preocupante.

No transcorrer da história dos governos brasileiros, a comunicação pública estatal tem sido utilizada como ferramenta de mobilização das massas para a legitimação das políticas governamentais e não como exercício de cidadania. As últimas décadas presenciaram a chegada dos profissionais do marketing, orientando, elaborando e influenciando, profundamente, a maneira de se fazer política no Brasil.



A comunicação na política ganhou status de ferramenta estratégica e é tida como essencial num planejamento estratégico de governo.

Na comunicação publicitária estatal brasileira, é necessário que se destaque o papel do publicitário Duda Mendonça.


A influência de Duda Mendonça na política de comunicação foi admitida e ressaltada pelo próprio ministro da Secom (Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica) Luiz Gushiken, em nota oficial e amplamente divulgada à imprensa no início do governo Lula.


Gushiken contratou o publicitário para atuar como interlocutor da Secom na definição da estratégia de comunicação, com o objetivo de transmitir uma imagem positiva do governo,
para garantir a manutenção do poder pelo partido.

Duda Mendonça passou a dar o tom de todas as campanhas institucionais do governo, apesar do governo ter contratado duas outras agências publicitárias para produzir suas campanhas. O publicitário, além de ser dono de uma das três agências publicitárias responsáveis pela propaganda oficial do governo, passou a fazer a intermediação entre a Secom e as outras agências publicitárias contratadas.
Durante as eleições presidenciais, Duda Mendonça exerceu um importante papel na campanha eleitoral do PT e isso se estendeu à comunicação do governo petista. Sua importância no
processo eleitoral foi amplamente divulgada como a grande responsável, entre outros fatores, pela eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, através de uma imensa campanha de marketing político.
As suas funções junto ao PT não pararam por aí, Duda Mendonça se encarregou também de coordenar o marketing das campanhas municipais nacionais petistas.


O que se questiona é a influência desse publicitário e de suas técnicas mercadológicas na construção de uma política de comunicação estatal com o dinheiro público, que deveria ser voltada para a implementação da cidadania e não para a adesão e engajamento popular com vistas à manutenção do poder.
Concluiu-se que essa secretaria segue um modelo estratégico de marketing, com uma comunicação institucional, predominantemente
publicitária, gerada por uma política de comunicação
estatal, num processo em que a intermediação da imprensa é, muitas vezes, negligenciada como o principal processo democrático de informar a sociedade a respeito das ações estatais.
Produz-se uma publicidade baseada em propagandas oficiais, muitas vezes, mentirosas e falseadoras da realidade, como no episódio da propaganda sobre a agricultura familiar, em que foram
utilizadas imagens de uma fazenda, em Cotia (SP), que nunca recebeu
financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

A imagem pública do governo/Presidente é construída a
partir de como o governo se apresenta ao público, através do que
diz, faz, ou diz que faz; da sua competência para fazer o que diz
que faz .

O governo do PT procurou se caracterizar publicitariamente, em seus pronunciamentos e boletins oficiais, pela perseguição “obsessiva” ao cumprimento de suas promessas de campanha eleitoral: crescimento da economia; geração e distribuição de renda, através da criação de empregos e dos programas sociais; melhoria do acesso da população de baixa renda à educação e à saúde, entre outras. A partir de informações, noções, características, conceitos
ou imagens ideais procurou-se programar a imagem de um governo ousado, eficiente, determinado, que vence obstáculos e promover as tão esperadas mudanças no País.

Essa imagem repassada e amplamente divulgada pela comunicação do atual governo não corresponde à realidade. Essa adjetivação das competências do governo e de suas supostas realizações é um mecanismo de autopromoção, falseador da realidade, muito semelhante àquelas utilizadas por seus antecessores. O uso do marketing político na comunicação do governo do PT o iguala aos governos anteriores, na maneira de se comunicar com a sociedade
de forma vertical, autoritária e enganosa.



O desrespeito a critérios essenciais à construção da notícia permitiu a conclusão de que a mensagem governamental se configura, na realidade, como uma grande publicidade sobre o que o governo supostamente vem fazendo, falseando assim a realidade através de uma propaganda enganosa e mentirosa.
As mensagens analisadas, tanto no boletim da Secom quanto
no programa de rádio do Presidente ou no site da Agência Brasil,
não podem ser consideradas como notícias, pois configuram-se
como peças publicitárias, resultado de uma comunicação estatal
baseada na publicidade, largamente analisada anteriormente,
a partir dos critérios do marketing político e da imagem pública.

Como se constatou na análise da produção da imagem, esses produtos comunicacionais têm como objetivo a propagação das informações institucionais do governo, não se configurando
tanto, como notícias jornalísticas, mas sim, como peças de propaganda governamental, por não cumprirem com os critérios noticiosos.


Postado por Desirée Cantuária

Fontes:


Revista Veja 2004
www.bocc.com.br

Um comentário:

  1. Minha cara, neste caso este seria um post melhor para um blog de propaganda política, não?

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