quinta-feira, 21 de maio de 2009

Nós em nosso "Admiravel Mundo Novo"



O livro “O Admirável Mundo Novo”(Brave New World), escrito por Aldous Huxley em 1931, é um livro totalmente futurista, onde nós humanos viveríamos em uma sociedade completamente organizada, sob um sistema científico de castas, onde a vontade livre fora abolida por meio de um condicionamento metódico, a servidão tornou-se aceitável mediante doses regulares de felicidade quimicamente transmitida pelo “Soma” (a droga liberado do futuro), e onde as ortodoxias e ideologias eram “propagandeadas” em cursos noturnos ministrados durante o sono.


Huxley profetizou em Admirável Mundo Novo, uma civilização de excessiva ordem onde todos os homens eram controlados desde a geração por um sistema que aliava controle genético (predestinação) a condicionamento mental, o que os tornava dominados pelo sistema em prol de uma aparente harmonia na sociedade. Não havia espaço para questionamentos ou dúvidas, nem para os conflitos, pois até os desejos e ansiedades eram controlados quimicamente pelo “Soma”, sempre no sentido de preservar a ordem dominante. A liberdade de escolha estava restrita a poucas matérias da vida. As castas superiores eram decantadas em betas, alfas e alfas + e se originavam de óvulos biologicamente superiores, fertilizados por esperma biologicamente superior, recebendo o melhor tratamento pré-natal possível. Já as castas inferiores, bem mais numerosas, recebiam um tratamento diferenciado: provinham de óvulos inferiores, fertilizados por esperma inferior, passavam por um processo denominado Bokanovsky (noventa e seis gêmeos idênticos retirados de um só ovo) e eram “tratados prénatalmente, com álcool e outros venenos proteínicos”

Seria meio absurdo pensar em mundo assim há 70 anos atrás quando o livro foi escrito, mas 26 anos depois em 1957 o proprio Huxley escreveu um segundo livro chamado “Retorno ao Admiravel Mundo Novo” se mostrando assustado com a rapidez onde os acontecimentos estavam indo em direção as sua “profecia”. No entanto, esse segundo livro é bem mais que um retorno a sua obra, é uma análise da civilização humana e da sociedade contemporânea através da percepção da utilização das várias descobertas científicas e das experiências desenvolvidas no decorrer de quase três décadas. No prólogo o autor nos informa que se propõe a discutir o problema da liberdade e da individualidade humana, que vê ameaçada.
Agora pensemos no mundo em que vivemos hoje? Menos de 10 décadas depois de o livro ser lançado, parece que boa parte da historia já acontece, como a necessidade de uso de remédios, drogas para obter uma satisfação que agora parece ser tão difícil de encontrar, a dependência de meios tecnológicos cada vez mais avançados onde suprimos nossas carências como no uso da internet com sites de relacionamentos, MSN, o afastamento de hoje nos tornamos mais frios e calculistas, procurando sempre o melhor. A questão da maternidade, da construção de uma família cada vez mais demorada, o apelo sexual mais evidente, onde a busca pelo prazer não necessariamente esta ligada ao amor, sim só a satisfação corporal.
Não é de se duvidar que esse livro possa ter sido uma premonição de nossos dias atuais, e algumas coisas que não aconteceram ainda, podem estar presente em nosso breve futuro?

Curiosidade: O livro teve uma adaptação para o cinema, feita no ano de 1998, dos diretores Leslie Libman e Larry Williams, mas que não teve um apelo comercial grande.

Fontes:http://www.urutagua.uem.br//ru10_sociedade.htm



Postado por Amanda Araújo

5 comentários:

  1. Olá Amanda!

    Gostei muito do seu post, pois me encontro lendo “O Admirável Mundo Novo”. Cada página me surpreende com a ligação que há com os fatos atuais que nós estamos vivenciando; tem uma parte do livro que trata de um tal de cinema sensível, em que as pessoas utilizam uma ferramenta dentro do cinema e a partir disso conseguem sentir algumas sensações que se passam no filme, como por exemplo um beijo...

    Lembro que o prof° Márcio havia falado de cinemas mais interativos, os quais mexeriam com os nossos sentidos, como por exemplo, em uma cena do filme que vissemos o ator comendo chocolate teríamos a sensação de sentir o cheiro do mesmo.

    bjos garota!

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  2. bom post amanda.

    eu li o livro e acho que vai ainda um pouco alem do que vc está falando, lembro que no livro a forma de adaptar o pensamento das pessoas ao sistema era através de condicionamento, sendo ditadas as divisões de castas, o que se deveria fazer, o que era proibido entre outras coisas quado as crianças estavam dormindo.

    já ouviu a musica "A banda" de Chico Buarque? é mais ou menos o que eu vejo naquela musica

    "aquela gente sofrida esqueceu-se da dor, para ver a banda passar, falando coisas de amor."

    na ditadura por exemplo, usaram a tv globo e a jovem guarda para narcotizar a população e que com isso esta não percebese o absurdo que era a ditadura, ao mesmo tempo os meios de comunicação condiccionavam a população e a arte era seu Soma.

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  3. Persiste a pergunta: até que ´ponto não preferimos olhar a sombras nas paredes das cavernas...
    E até que ponto a sociedade está tão controlada...o tempo inteiro a uma "fuga" do controle...

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  4. Acho que é sempre importante considerar que a alienação do povo, em certo aspecto, pode ser avaliada por escolha, agora na "geração internet" é possível enxergar que a população ainda não sabe ser livre, pois os sites mais acessados no mundo são de pornografia e sites de relacionamento.

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