sexta-feira, 15 de maio de 2009

COMUNIDADES VIRTUAIS


Com o advento da Internet surgiram novas formas de se relacionar, dentro de um novo ambiente e com uma nova linguagem; a esse ambiente damos o nome de CIBERESPAÇO, que unido à CIBERCULTURA, gerou as chamadas COMUNIDADES VIRTUAIS.

Até então, tinha-se as comunidades dentro do espaço físico, teoricamente definidas como um conjunto de pessoas numa determinada área, geralmente geográfica, com uma estrutura social podendo existir uma certa compatibilidade entre os seus membros. Ocorriam aí contatos diretos, trocas de valores e “n” coisas.

Com a crescente “migração” da sociedade para dentro do mundo virtual, viu-se necessário um estudo a este respeito, um estudo antropológico, a chamada Ciberantropologia, uma análise sobre a relação do homem com as tecnologias e entre si, tanto numa questão de utilização e domínio das ferramentas quanto num parâmetro social.
Vale ressaltar que o filósofo Pierre Levy, um estudioso do Ciberespaço, fala que para um sistema poder ser usado como ferramenta de comunicação, no ciberespaço, ele deve ser de fácil acesso, de fácil utilização e ser capaz de filtrar e selecionar informação relevante.

As comunidades virtuais possuem várias formas de expressão como o chat, blog, msn e o mais destacado exemplo, ORKUT (por englobar diversas comunidades nele mesmo). Essas “redes sociais na internet” permitem a conversa simultânea de dezenas de pessoas com destacável intimidade em meio à carência de proximidade física e coincidência geográfica, sem falar que essas comunidades tão atrativas se tornaram um vício na vida da maioria dos internautas.
"A Internet é o coração de um novo paradigma sociotécnico, que constitui na realidade a base material de nossas vidas e de nossas formas de relação, de trabalho e de comunicação. O que a Internet faz é processar a virtualidade e transformá-la em nossa realidade, constituindo a sociedade em rede, que é a sociedade em que vivemos." (CASTELLS)


Mas, essa noção de comunidades virtuais não é nada nova, pois segundo Rheingold, especialista em comunidades virtuais, os criadores da ARPANET -que antecedeu a Internet- já haviam previsto a formação de comunidades por computador, em que as pessoas estariam organizadas
por interesses comuns e não por localidade.
No interior das comunidades virtuais compartilham-se tantas coisas que podem gerar diversas reações como solidariedade, conflito, interação, imaginação, união, identificação, memória coletiva; e devido a isso, para haver um convívio pacífico e disciplinar, são adotadas regras de conduta denominadas Netiqueta, regras que refletem normas gerais de bom senso para a convivência dos milhões de usuários na rede, havendo punição para os que desobedecerem aos valores do grupo. Isso não se diferencia muito do que acontece na sociedade fora do ciberespaço, onde há também essa exigência de bom senso, pois o ato de conviver requer respeito e noção de limite.
Essas comunidades virtuais nada mais são do que as aldeias globais que Mcluhan já havia preconizado. Essas comunidades virtuais servem muito para o mercado, que podem ter em “mãos” perfis que dão a informação do gosto do usuário, como acontece dentro do Orkut, por exemplo. É uma boa forma de direcionar seu produto, tendo esse tipo de ferramenta.

Tendo em mente essa noção e visão sobre as comunidades virtuais, podemos passar para a questão da linguagem nesse meio, o chamado INTERNETÊS, um termo que muitos especialistas da língua portuguesa passaram a usar para designar a linguagem do mundo virtual, uma forma de escrita abreviada, sustentada pelo uso da fonética, havendo também o possível cancelamento de pontuação e acentuação.

Informal e em tempo real, essa linguagem simplifica a comunicação para que a conversa seja tão rápida como a fala. Veja o exemplo:


“Td bm? O q vc está fazndo d bom? Tm 9Da10?”

“Tudo bem? O que você está fazendo de bom? Tem novidades?”

Algumas pessoas falam que conversar via web não é a mesma coisa que falar pessoalmente, pois existe a carência de gestos para a demonstração dos sentimentos. Essa questão pode ser respondida da seguinte maneira:


“Hj stou fliz!!! =D” “Ñ falo + nda... :x


Essa forma de demonstração de sentimento é chamada de emoticon, que é representada, como se percebe, pela combinação de sinais – (sorrindo) : ) / (piscadela) ; ) -, ou de sinais acompanhados de letras, como já visto; é usado também ícones ilustrativos da expressão facial, uma imagem, tudo na intenção de traduzir o estado psicológico e emotivo de quem está enviando a mensagem.


E quando se é necessário rir, existem as representações escritas, como por exemplo: Rs, Kkkkkkkk, Ahahahahahahah ,Hehehehehe, suhasuhasuahsua,auhauhuahuhua, e assim por diante.


Existem muitos tabus sobre o uso dessa linguagem, um deles é a questão de que ao utilizar frequentemente essa escrita, as pessoas estariam correndo o risco de esquecer as formais maneiras de escrever. Errar ortografia e regras gramaticais são fatos que ocorrem e sempre ocorreram , antes mesmo dos espaços virtuais, o que vale destacar é que estamos falando de espaços diferentes, no qual um exige a formalidade por ter a agilidade da fala, e no outro temos um ambiente de velocidade que acaba por exigir uma línguagem rápida, recorrendo assim ao uso de abreviações.


No mais, é necessário ter o bom senso para adequar, conforme a ocasião e local, o uso da linguagem sendo ela formal ou informar, pois ao mesmo tempo que encontramos na internet as comunidades virtuais que não exigem o uso correto da língua, apenas uma escrita que possa ser compreendida, também podemos nos deparar, dentro desse ciberespaço, um local que exigirá o uso da norma padrão da mesma, como ocorre em e-mails trocados dentro do ambiente de trabalho.


P.S.: Por isso que o uso de palavras chulas e de termos inadequados, em um telejornal, por exemplo, não é nada cabível, pois, a meu ver, esse meio de informação deveria se diferenciar através do uso correto da linguagem e não regredir perante a isso. Claro que utilizar termos mais popularescos é uma tática da mídia, que tenho que adimitir que há um retorno positivo, um resultado conferido no ibope.
FONTE DE PESQUISA:
Primeiramente este post foi inspirado na aula de Pesquisa em comunicação, seminário realizado sobre Comunidades virtuais, feito pelo meu grupo; e também no seminário do grupo da Cris, sobre linguagem na internet.
http://www.bocc.uff.br/_esp/autor.php?codautor=799 / Ciberantropologia: o estudo das comunidades virtuais
Videos retirados do youtube

5 comentários:

  1. muito legal Clau.

    quando crescer quero ficar inteligente que nem vc.

    os espaços virtuais são muito bons, mas como quase tudo no mundo acabam sendo usados por pessoas de má indole, que o usam para pedofilia, preconceito, discriminaçãp, etc.

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  2. Sim, totalmente de acordo Henrique, mas não podemos esquecer que existem pessoas de bom coração que utilizam destas comunidades para debater idéias, trocar informações entre outras coisas.

    (Considero este blog uma comunidade virtual, em que nós do 3º semestre de RTV, expressamos nossas opiniões, discutimos idéias e informações e principalmente não utilizamos de pedofilia, preconceito, discriminação e etc.) =D

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  3. Concordo com vocês garotos....acho que todos nós devemos ter um certo cuidado com o mundo virtual...e acima de tudo, encinar nossos amigos, vizinhos, filhos à terem também esse cuidado.
    Afinal, palavras ensinam e os exemplos arrastam!!!
    Clau, também quero parabeniza-la por sua inteligência e capacidade em escrever esse post!
    Ashiteru!!!!!!!!!!
    ass: Juliana

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  4. Oi Clau...

    Muito inteligente o seu post! E é fantástico quando paramos para pensar que tudo começou com aldeias simples até chegarmos a "aldeia global"! É cara amiga, e se já fazem estudos antropológicos é sinal que já se trata de uma sociedade paralela. E como ela é uma extensão da nossa sociedade (meus amigos Gois e João) também tem o seu lado positivo e negativo.

    Parabéns Clau!

    Bjs!

    Luis Leite

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  5. Agora a aldeia é virtual;.... o globo ficou pequeno. o Mundo precisou ser ampliado.
    Genial!

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