domingo, 24 de maio de 2009

A nova educação



O ensino superior é para muitos um sonho distante, uns não podem arcar com as altas mensalidades, já outros não conseguem conciliar trabalho e faculdade, mas com a educação à distância, muitos alunos puderam realizar este sonho, o custo é bem mais baixo e os horários, flexíveis. As aulas são assistidas em casa, no escritório, em qualquer horário, é o aluno quem determina. Estudar sem freqüentar a escola tem origem nas cartas de Platão e nas epístolas de São Paulo e nas experiências de educação por cartas nos séculos 18 e 19.
No Brasil, o Instituto Universal Brasileiro, criado em 1941, permitiu a retomada e até mesmo o início de uma vida escolar para milhares de brasileiros. O sistema funcionava da seguinte forma: o aluno matriculava-se em qualquer agência dos correios, ou na sede do Instituto, comprava o material e estudava em sua casa, as dúvidas eram tiradas por cartas, ou com o professor, na sede da escola. Com o advento da internet, a rapidez que ela proporciona, as relações humanas mudaram e a forma de ensinar também. As universidades viram na tecnologia uma forma de atrair mais alunos. Cursos de graduação, com curta duração, especialização e pós-graduação , podem ser realizados a distância. As eventuais dúvidas tiradas através de fóruns no site da instituição de ensino e encontros presencias, as provas, feitas em uma sala de aula com carteiras e lousa, só para lembrar que ainda existem escolas físicas. Mas será que é possível aprender assim? Cursos que exigem discussões como antropologia, sociologia e filosofia, por exemplo, como são ministradas via web? Um texto filosófico lido em uma convencional sala de aula, por um professor talentoso, que faz a turma engatar um caloroso debate terá a mesma qualidade?As expressões do rosto do professor são importantes para que o aluno possa compreender a matéria?
Tudo na vida tem seus prós e contras. A educação virtual oferece maior liberdade, o aluno pode assistir as aulas no laptop,na sala de jantar, de pijama, deitado em sua cama, em uma sexta-feira ou em uma noite insone. É possível prestar atenção na matéria tendo a interferências como irmãos brigando, o som da televisão ligada, vizinhos brigando, cachorros, gatos, isso sem contar que a cama está irresistivelmente perto?É preciso muita disciplina por parte do aluno para estudar virtualmente. As universidades precisam ter estrutura que garantam plenas condições de ensino, não apenas modernos computadores,para que não haja problemas tanto na postagens de atividades, quanto na postagem da realização das mesmas,mas também bibliotecas físicas, equipe de professores sempre à disposição dos discentes e que respondam as perguntas destes de imediato.
Não devemos ignorar esta evolução na difícil arte de educar, tão pouco pensar que os professores estão com os dias contados. Eles não se transformarão em meras peças de museus, assim como uma mídia não elimina outra, os educadores ainda tem um importantíssimo papel, pois não são todos os cursos que podem ser ministrados à distância, já imaginou medicina via web?As máquinas cerebrais, como extensões de nossa memória devem funcionar como aliados dos professores, porque nas aulas convencionais não seria possível falar tudo, nem trabalhar com todos os textos, mas com a interatividade que a internet possibilita, ele pode postar recomendações de leitura e promover debates.
Este novo conceito de ensino, remete ao “estar não estando”, ou seja, existe um professor, alunos, que interagem, porém estão distantes uns dos outros, mesmo que os alunos não estejam sentados em carteiras de madeiras e, o professor escrevendo em uma lousa, a aula está acontecendo, é como se você sentisse que foi à China, após assistir um programa de televisão sobre cultura chinesa na televisão. As imagens, sempre as imagens. São elas quem podem determinar o sucesso desta empreitada.Com videoconferências, alta definição de imagem e som, o conceito de estar presente muda, com estes elementos, parece que o professor está ali bem na sua frente.
Já disse antes, que tudo tem seus prós e contras, e é verdade, mas as instituições de ensino não podem deixar tudo nas mãos da tecnologia, ela deve ser uma nova possibilidade. Está acontecendo uma hibridização na maneira de educar, porque por mais que o curso seja estritamente à distância, o educador mostra-se necessário na hora de passar o conteúdo para os alunos. As aulas precisam ser preparadas por um ser humano e mesmo que as máquinas cerebrais já substituam o homem em muitas tarefas , mas na educação, por mais evoluções na transmissão de dados, o professor ainda é insubstituível.


Referências bibliográficas:

http://jornalnacional.globo.com/, matéria “MEC avalia cursos de educação à distância, atualizado em 30/04/09 às 23h09- acesso em 22/05

http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL164828-5604,00-AULA+VIA+WEB+GANHA+ESPACO+NOS+EUA.htm, 31/10/07 – 14h53, atualizado em 31/10/07 às 15h10 – acesso em 22/05

http://www.eca.usp.br/prof/moran, texto ‘O que é educação à distância”, do professor José Moran, especialista em projetos inovadores na educação presencial e a distância

http://www.rau-tu.unicamp.br/nou-rau/ead/document/?view=3, estudo de Ivônio Barros Nunes – acesso em 22/05

2 comentários:

  1. Oh, igreja! Rss...

    Eu acredito que a discussão é fundamental para o aprendizado. Lembro-me sempre dos dias de provas em que nossas brigas (porque aquele monte de gente debatendo a matéria aos gritos na sala parece briga! Rss...) ajudaram a compreender melhor a matéria.
    Acho que falta muuuuuuuuuuuuuuito ainda pra tecnologia substituir a sala de aula, o contato com os outros alunos e o profesor. Se é que um dia, isso poderá ser substituído...

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  2. Adorei a localização do ensino a distancia na história. Nunca havia pensado nisto. hahahahah
    Seu texto é muito metalinguístico e intertextual. Menina, com quem vc anda tendo aulas sobre esse asssunto tão disparatado? rs

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