quinta-feira, 7 de maio de 2009

O fim do império dos suportes



Um dos símbolos do capitalismo americano e sinônimo de todo produto ligado a fotografia com mais de 100 anos de história, a Eastman Kodak Company que tem sede, na cidade de Rochester, extremo oeste do estado de Nova York, perto da fronteira com o Canadá em uma área gigantesca que comporta um aglomerado de 220 prédios batizado de Kodak Park que abriga escritórios, unidades de produção de filmes e papel fotográfico. Recentemente cerca de 100 prédios desse complexo foram demolidos isso para que a empresa abra espaço para novas instalações ou simplesmente desocupar terrenos postos à venda . Esse foi o passo final de um grande processo de reestruturação da empresa, uma intervenção que consumiu mais de 6,4 bilhões de dólares e mandou para o olho da rua, 60 000 pessoas em todo o mundo. Segundo o presidente mundial da Kodak Antonio Perez: “Foi uma transição dura, mas inevitável. Não podíamos continuar fabricando produtos que as pessoas não querem mais comprar”.
Tudo começou com a decadência do seu principal produto, o filme para fotografia. A empresa que chegou, na década de 80 a dominar cerca de 80% do mercado americano, o mais importante do mundo. Ironicamente foi, derrotada por uma tecnologia desenvolvida por ela mesma duas décadas antes de suas rivais, a das câmeras digitais, mas que ficou engavetada pois seus executivos preferiram a estratégia de preservar o modelo antigo, baseado no rolo de filme. Quando finalmente perceberam o erro, tentaram adaptar a empresa aos novos tempos, mas, só o que conseguiram foi a terceira posição do setor no mundo e liderar o mercado Americano de maquinas digitais, por apenas dois anos o que não adiantou muito. E a Kodak se viu obrigada a fechar 11 fabricas inclusive no Brasil. Como resultado suas ações na bolsa de valores despencaram pois com o aumento de preços de commodities como alumínio, prata e petróleo, matérias primas essenciais para a empresa, fez com que seus executivos anunciassem um reajuste de 20% nos preços dos produtos fotográficos. Com isso a Eastman Kodak Company tornou-se uma das primeiras empresas a elevar os preços no atual cenário de crise nos Estados Unidos. Conseqüentemente um papel da empresa na bolsa de valores que nos tempos áureos chegou a custar 95 dólares, em junho do ano passado valia apenas 12,41 dólares e para piorar a situação entre 2003 e 2007, a Kodak caiu 48 posições no ranking das 100 maiores marcas globais.
Para tentar se erguer a empresa reforçou sua presença na área de fotografia digital, aumentando em 10% sua participação no mercado global de câmeras e acaba de lançar na China em conjunto com a Motorola um celular com uma câmera Kodak acoplada ao aparelho também no inicio do ano, a companhia lançou no Japão um aparelho de TV digital de bolso com telas Oled, tecnologia que permite a produção de aparelhos minúsculos, desenvolvida nos laboratórios da Kodak há 20 anos.
A Kodak que inventou a primeira câmera portátil, a Brownie, criada em 1901 por George Easteman, que foi um dos mais inventivos empreendedores de todos os tempos. A empresa também inventou a primeira câmera digital em 1976, mas, no entanto demorou 25 anos para levar esse negócio a sério, quando o mercado já estava tomado pelos concorrentes. O Big Yellow Father (Grande Pai Amarelo), apelido que a Kodak tem na cidade de Rochester, não acreditou que seu principal produto a máquina fotográfica (uma maquina sensorial) um dia não dependeria mais de seus respectivos suportes, como por exemplo, o filme e a revelação que era um dos principais pilares que sustentava o lucro da empresa, e acabou pagando pelo erro.

Fonte: portalexame.abril.uol.com.br, REVISTA EXAME
TEXTO: A implosão de um ícone, por Daniel Hessel Teich, de Dusseldorf |26.06.2008
Aula de Comunicação Comparada dia 6.5.2009 Professor Marcio Rodrigo
Vídeo: WWW.youtube.com.br
Postado por: Luis Leite

8 comentários:

  1. øø Então Luiz...

    Você não acha que foi muito "vacilo" da Kodak não se atualizar com os avanços tecnológicos?
    Falo por mim, comecei o curso pensando em conseguir um estágio e seguir carreira como autor de novela e hoje não vejo a hora de entrar grana para começar a desenvolver um projeto de dramaturgia para celular trabalhando pra mim mesmo!
    Assim como os meios, temos que tornar híbrido, os nossos conceitos!
    Ponto Negativo para a Kodak que desistiu de ganhar dinheiro!

    ABÇ øø

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  3. George Easteman,inventou a primeira câmera portátil, para nós os receptores podermos usá-la sem ser um profissional,e,hj a própria ,Kodak está falindo por causa de nós "receptores", pq com o avanço tecnológico as câmeras digitais são usadas sem que precisemos de filmes ou pael para impressão, podemos ver as fotos de outra maneira,veja só a ironia do destino, o feitiço ,virou-se contra o feiticeiro, mas anyes disso sustentamo-os por muitooo tempo.

    Rita Basile

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  4. Belo post Luis

    Vê-se que a kodak está falindo por medo, da mesma forma que a rádio nacional podia ser a maior rede de tv do pais hoje em dia, mas não acreditou na nova tecnologia e achou que iria ser líder de mercado em telecomunicações para sempre aconteceu com a kodak e a câmera digital, concordo com o Jacques, isso faz parte daquela velha lei: adapta-se ou morre.

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  5. OLÁ! TUDO BEM?

    A Kodak como muitas outras empresas, por estarem cegas pelo domínio que possui perante a seus consumidores, não se dão conta de que tudo na vida é passageiro. Se hj temos um MP10, amanhã tem alguém imaginando a construção de um MP11...

    É necessário ter essa visão futurista, pois com a crescente evolução tecnológica, um "vacilo" como esse da Kodak, referente a câmera digital, dá direito para outros passarem por cima... essa é a realidade.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Sei que serei um pouco redundante,
    mas pra mim isso é o "" TROCO "".
    Vejam:
    Antes vocês dependiam de mim, eu era a lider e tudo estava bem $$ no meu controle. Mas agora, vocês aprenderam a "andar sozinho". É vocês evoluiram e eu fiquei pra trás . . .

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  8. Acho que este post exagerou no "cozido" da matéria da Exame. Excesso de intertextualidade = plágio... pense bem...

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