sábado, 23 de maio de 2009

Flash Mob - A Cultura Descartável

-O propósito é não ter propósito-


A internet deu origem à vários novos verbos : “Blogar”, “Twitar’, agora você pode adicionar “mobear” em sua lista.

flash mob do inglês significa "multidão instantânea”, algo como mobilização relâmpago que invadiu as principais capitais do mundo. Organizados por e-mails, jovens marcam aparições relâmpago em um determinado local, executam uma encenação lúdica – como comer uma banana em uma lavanderia e somem na multidão.


“Acho que o que fascina nesse tipo de coisa é o inusitado, participar de algum movimento (sem conotação política ou social) que é organizado com o simples objetivo de causar alguma surpresa em algum ponto da cidade. Estamos tão acostumados com nossa rotina que fiquei interessado em fazer algo que quebre totalmente isso”, conta o estudante Leandro Meireles Pinto, que participa de uma lista de discussão na web sobre o tema.

A história surgiu em Manhattam no prédio da revista Harper’s.
E o nome do sujeito é Bill Wasik. Ele acredita que o consumo de certa produção cultural no mundo é mais determinada pela necessidade de se sentir parte daquele grupo que o consome do que pelas qualidades do produto em si. É o modismo temporal de um livro, uma banda, um programa de TV e que logo será descartado quando for substituído pelo próximo modismo. A idéia dele foi criar uma expressão cultural que já viesse vazia de significado. Não leve a palavra "vazio" para o mau sentido. Essa é a idéia por trás do flash mob.

O experimento consistia em várias pessoas ficarem em volta de um tapete escolhido aleatoriamente em uma das lojas na cidade, onde ficaram parados diante dele por cerca de dez minutos. Em seguida todos se dispersam e vão embora.

Uma das fontes inspiradoras do flash mob é o livro do escritor Howard Rheingold, "Smart Mobs: The Next Revolution" (“Multidão Inteligente: A Próxima Revolução”).
Um dos maiores experts em tecnologia da informação, Rheingold é reconhecido como a pessoa que previu na metade da década de 80 que o PC (Personal Computer) seria essencial na vida das pessoas. Alguns anos depois, quando a internet ainda engatinhava, Rheingold novamente foi apontado como o primeiro a afirmar que o “mundo virtual” teria impacto imediato no mundo real.
Em entrevista concedida ao site “Último Segundo”, o autor Rheingold defendeu que combinados os impactos sociais e econômicos da internet, computadores pessoais e revolução das telecomunicações, estamos chegando em uma nova forma híbrida da comunicação. “O poder dos PCs e da net escapou do desktop e pulou aos nossos bolsos”, diz.

Para Rheingold, independente do caráter político ou apolítico, o mais importante é que os jovens estão aprendendo como usar a Internet e a comunicação móvel para organizar ações coletivas. “Flash mobs são meios de entretenimento organizados por si mesmos. Como milhões de pessoas que jogam games online, flash mobbers estão criando ativamente sua própria diversão de maneira criativa ao invés de apenas comprar uma ficha, ficar na fila, e passivamente experimentar o ‘entretenimento enlatado’ que lhes é vendido”, conclui.

Nos últimos dias, as aparições dos “mobs” foram as mais inusitadas possíveis. No Japão um grupo simulou uma das cenas do filme “Matrix Reloaded”. Em Roma, os participantes ocuparam uma livraria e ficaram fazendo perguntas ao balconista sobre um livro inexistente. Em Londres, entraram em uma loja de tapetes e com os telefones celulares em punho elogiavam as tapeçarias do local. Em Berlim, as pessoas foram convocadas para comerem uma banana em uma loja de departamentos.

Eu, Desirée, já participei desse tipo de manifestação e sempre fui muito questionada pelo meu real intuito ou objetivo de fazer esse tipo de coisa. Na verdade, culturalmente falando, o entretenimento não precisa de uma “explicação”, é apenas uma forma de diversão sem fim social-crítico-político.


Postado por Desirée Cantuária


Fonte:

www.wordspy.com

www.revolucao.br

www.ultimosegundo.ig.com.br


Fotos:

Arquivo pessoal

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Desirée seu texto é impressionante no melhor dos sentidos.

    Concordo com você quando diz que a diversão não precisa de um sentido, mas queria colocar uma coisa muito interessante que vi esses dias.
    Fizeram montagens onde alguns ditadores estavam apavorados a ver um mouse de computador, mostrando o medo que o computador causa, até por que da mesma forma que as pessoas podem se organizar via internet para se divertir, podem se mobilizar para greves, passeatas ou fazer que nem a musica do Raul Seixas e ninguém sair de casa fazendo "O dia em que a terra parou".

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  3. Acabo de descobrir que fiz flash mob com vcs ao redor do tapete virtual deste blog... deixa o Aladim saber disto...

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