terça-feira, 12 de maio de 2009

A queda da indústria fonográfica

Nós queremos é show

Como uma indústria que tem o consumo de seu produto aumentando absurdamente está perdendo dinheiro e falindo?
Por décadas, as grandes gravadoras empurraram nos grandes veículos de comunicação artistas que lhe eram financeiramente convenientes. Nada contra quem gosta, mas tivemos que sobreviver a enxurradas de axé, pagode e sertanejo, com suas devidas repetições e cópias. A década de 90 foi o auge desse vai-e-vem. Mas chegaram os anos 2000, o advento da internet e essas empresas começaram a ruir.
Baseada em um modelo de venda de pacotes de músicas, em mídias físicas, por praticamente um século, é uma indústria que não inovou seu modelo de negócios,(ou seja o suporte) tentou bloquear a tecnologia de todas as formas. Enfim, utilizaram todo o músculo da sua máquina de fazer dinheiro para parar a tecnologia digital e novas formas de distribuição
Como é bom ver as grandes gravadoras, que já maltrataram nossos ouvidos e cobraram absurdos por um CD, falindo.. O raciocínio dessas empresas parece ser inversamente proporcional à velocidade com que as informações passaram a transitar nos últimos anos, pois se houvesse criatividade e mente aberta à novas idéias, a situação para elas não estaria tão ruim.
No caso de grandes artistas, como Madonna e U2, por exemplo, pularam fora do domínio das gigantes do mercado fonográfico. Agora, no rastro de quem apostou no óbvio, como agenciar shows, a exemplo da Live Nation, que hoje tem o passe da rainha do pop para apresentações, essas ex-poderosas tentam um suspiro de sobrevivência fazendo o mesmo. Nesse caso concordo, pois esse é o caminho natural para o setor.
O pior da história é ver artistas, que sempre faturaram altas cifras com vendas de discos, irem a programas de TV choramingar que as vendas caíram por conta da pirataria e pedir ao público que não baixem músicas na internet. Nossa, quanto atraso e falta de conhecimento. O download de arquivos de música não configura crime, desde que não haja comércio.
As grandes redes varejistas e artistas também ameaçavam as gravadoras, com multas sobre perda de lucratividade caso as pessoas conseguissem músicas a preços mais em conta do que em lojas. Resultado de quem remou contra a maré? Artistas que lutaram, ficaram mal vistos com os fãs e continuaram sendo copiados do mesmo jeito. Os varejistas de música? Estão fechando as portas em massa e o fato é fácil de explicar: quando foi a última vez que saímos de uma loja com um lançamento?
Saídas existem e não estão longe. Um exemplo é gravação em SMD (Semi Metalic Disc). A patente foi desenvolvida e difundida pelo sertanejo Ralf, que compõe dupla com Chrystian, em parceria com especialistas do Ministério da Ciência e Tecnologia. No novo suporte, os custos diminuem drasticamente, pois a parte metálica utilizada é menor e varia de acordo com o tamanho da gravação, dependendo da quantidade de músicas. Um disco em SMD pode ser vendido em loja a R$ 5. Ao contrário das gravadoras, outros setores do entretenimento foram mais rápidos e se preparam para fabricar produtos com a nova tecnologia. Em acordo firmado no último mês, a Nintendo vai fabricar games no formato.
Uma coisa é fato: artistas devem faturar com shows, como acontecia nos primórdios, usar discos para mostrar a produção musical e assim arrastar público para os espetáculos. O problema é que eles ficaram mal acostumados com o mercado e fecharam os olhos para a realidade de consumo na era digital. Não faltam exemplos de cantores e grupos que usaram bem as ferramentas da internet, se deram bem e vivem de sua arte, pelos palcos do mundo.

Os CDs (e até vinis) não vão deixar de existir, mas de maneira muito menos expressiva em relação a vendas, de repente para os colecionadores, mas isso é uma mínima parte . Assim funciona a economia. As mentes envelhecidas que tomaram conta do mercado fonográfico raciocinam lentamente para algo que era futuro, e muito rápido se tornou presente.





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Fontes:

www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/

www.culturalivre.org.br

www.portalexame.abril.com.br

www.gardenal.org/bscene/musica/industria.htm

www.youtube.com

www.blogdajump.wordpress.com

www.reporteralerta.blogspot.com

www.overmundo.com.br


Postado por Rita Basile

5 comentários:

  1. Gostei muito do post e do tema.

    Em mina opinião o que acontece é que quando a musica vira somente um produto industrial a partir dos anos 90 no Brasil (não que antes não fosse, mas a partir dai deixou de ser arte para ser somente mercadoria)aparecem artistas miojo, com discos com uma musica de sucesso, vendem discos a rodo, ficam ricos e somem.

    O que me indigna nisso é que quem compra CDs e paga 20, 30 R$ merece mais que uma musica de sucesso e mesmo essa musica nunca era fantástica.

    O que começa a mudar é que primeiro as gravadoras vão ter o que merecem, sem pre cobraram absurdos em CDs, LPs, fitas,DVDs, entre outros e agora estão sendo pirateadas e creio que agora que os artistas vão ganhar dinheiro com shows a qualidade aumente, pois não dá para fazer um show só com uma musica.

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  2. Oi ritinha, não sei você, mas eu fico muito aliviado ao saber que a música que na minha opinião é uma das criações mais lindas da humanidade está se libertando desse intermediário inescrupuloso e mercenário chamado de gravadora. E o melhor é que agora com a internet muitos talentos que antes, na ditadura das gravadoras, nunca teriam a oportunidade de mostrar o seu trabalho, podem fazer e acontecer! Isso na minha opinião é maravilhoso para o amante da boa música!
    Bjss!!
    Luis Leite

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  3. Olá Rita!

    Agora esses artistas terão que apostar na imagem e no carisma para com o público; proporcionar um show rico em efeitos e interatividade. Vai ser a hora de por o talento e a criatividade em prova!

    bjoss

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  4. Eu Quero ver Show é um titulo Magnifico pra esse assunto !!!
    Cada vez mais empresas de eventos e entretenimento, serão bem solicitadas para grandes produções de shows. Tem grupos / artistas que vendem CD pra divulgar Show e outros que vendem Show pra divulgar CD.

    O SMD patenteado pelo Ralf, é algo interessante, diria que é uma revolução cultural (Mais cedo ou mais tarde algo assim apareceria).Se pararmos pra pensar este meio vai reduzir quase 80% do valor e ainda reserva os direitos do autor.. . Muito bom lembrar do SMD aqui no Blog.
    bj

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  5. E as gravadoras hoje cantam "Como é que uma coisa assim machuca tanto (o bolso delas)..."
    Os artistas miojos existem desde que o mercado fonográfico existe...

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