sexta-feira, 22 de maio de 2009

REFLEXÃO

As tecnologias digitais, as telecomunicações, os computadores e sua interconexão em redes estão impregnados na vida das pessoas, uma tecnologia que torna o dia-a-dia mais confortável.
Vê-se modificadas, a cada nova tecnologia, algumas dimensões da nossa inter-relação com o mundo, da percepção da realidade, da interação com o tempo e o espaço. O telefone, por exemplo, nos proporcionou falar à distância; com o aparelho celular ganhamos uma mobilidade inimaginável, falar de qualquer lugar sem ter um cabo ou rede física por perto.

As diversas tecnologias de redes eletrônicas estabelecem novos elos, situações, serviços, que dependerão somente da aceitação de cada um para que efetivamente funcione. Como aconteceu com o rádio, de se tornar portátil, vários outros aparelhos, em especial o computador, abrangeram muito mais essa questão de acesso à comunicação de qualquer lugar, sem precisar estar fisicamente num lugar específico.
















Muitas atividades que antes nos tomavam muito tempo e implicavam em deslocamentos, enfrentar filas e muitos outros aborrecimentos, hoje são basicamente resolvidos via rede, como no caso do banco em que muitas pessoas optam por fazer pagamentos, depósitos pela internet acessando a página de site do próprio banco. Sem falar nas compras e vendas dentro desse mundo virtual, que com o passar do tempo caiu no gosto das pessoas. Estamos num cenário em que se nota a dependência das máquinas.

Vamos partir para a seguinte reflexão: Você é um engenheiro(a) de sistemas da Fedex e a todo tempo dá ordens, orientação e cobra o máximo de agilidade de seus funcionários, pois sua vida é controlada à base do relógio que cobra a todo tempo de você a rapidez. Você é uma pessoa ocupada demais e por isso, deixa seus compromissos pessoais ligados a família e amigos de lado, conseguindo apenas se comunicar com eles por telefone, e-mails, pois você se tornara um escravo(a) do tempo, tempo esse criado pelo homem, que é dado igual para todos, mas que transcorre de um jeito para cada um de nós.
De repente essa sua vida corrida é interrompida num lugar sem pagers, agendas, computadores, CELULARES, você sofre um naufrágio.

Essa situação pareceu familiar, correto? Você se lembra de Chuck Noland, amigo de Wilson?



No filme “Náufrago” encontramos um homem que convivia com todo o tipo de conforto e facilidade que a máquina tem para oferecer, mas com o naufrágio sofrido, teve que de uma hora para outra regredir para uma vida “selvagem” na busca de sobrevivência. Buscar água, criar instrumentos de caça, pescar, abrigar-se em cavernas e fazer fogo por meios naturais, são algumas conquistas deste indivíduo civilizado, que até então, tinha tudo com fácil acesso. Foi difícil viver sem o seu maquinário e principalmente sem o convívio social.

Esse filme como outros, traz uma reflexão sobre o homem e as tecnologias, a forma de vida perante a esse novo cenário. Será que conseguiríamos viver sem as nossas extensões e máquinas? E a nova geração que nasceu em meio a esse cenário, e que por isso não teve contato com uma vida sem celulares e computadores, elementos tão comuns dessa época, como eles encarariam?

Para se ter noção, hoje já se fala em casos de doenças relacionadas ao uso da internet, distúrbios compulsivos. Internautas que passam a maior parte de seu tempo logados na rede, podem não se dar conta de um certo vício que estão adquirindo entre todos os seus acessos nesse meio, por exemplo, quando a pessoa pesquisa o seu nome e informações sobre si na internet freqüentemente, como acontece no Orkut, blogs, isso é um tipo de vício e que até ganhou nome: "Egonavegação", um termo formulado pela revista "New Scientist"(revista semanal sobre desenvolvimento tecnológico ). Vejam os vídeos que tratam sobre esse assunto:






Vou finalizar este post com uma ultima reflexão usando como base a animação Wall-E, da Pixar, que traz em sua trama a crítica sobre o nosso atual estilo de vida e onde esta nossa “evolução” pode nos levar se não tomarmos cuidado.

O robozinho chamado Wall-E é o único habitante do planeta desabitado pelos humanos, devido a grande poluição e acumulo de lixo gerado por um consumo compulsivo da sociedade.
Os humanos estão a habitar uma nave espacial longe da Terra, como se fosse uma Arca de Noé; esse robô de inteligência artificial carrega consigo características muito humanas, como contemplar o céu, relaxar ouvindo música, diferente do ser humano, que no espaço passou a depender das máquinas em tempo integral, vivendo de forma sedentária e controlada pelos robôs.

Para se ter noção, o ser humano nessa nova forma de vida passou a conversar apenas através do computador, mesmo estando tão próximo da pessoa que está a dialogar, sem falar que todos estão fisicamente obesos.

A ironia está na questão de que é preciso um robô “invadir” essa sociedade para recuperar-se o contato humano.

É necessário esse tipo de reflexão sobre todas as coisas descobertas, idealizadas e construídas pelo homem, pois a sociedade em sua maioria consome de forma voraz tudo e qualquer tipo de novidade, sem ao menos refletir ou questionar a respeito, por sentir uma necessidade ridícula de ter que acompanhar a “evolução” para não ficar para trás perante a sociedade.

O mais correto seria, como disse o prof° Fernando, de Pesquisa em Comunicação, adquirir o hábito de leitura e buscar compreender as novas ferramentas de comunicação, e tudo no geral, só deste jeito é possível usar de forma consciente e dosada esses novos meios, sem extravasar, pois como se sabe, tudo que é usado demais pode fazer mal...


RECOMENDAÇÕES: Assistam a animação Wall-E, pois a crítica expressa nela traz uma excelente reflexão! Leiam O Admirável Mundo Novo - ainda estou lendo, mas a cada página virada me surpreendo cada vez mais...


FONTES DE PESQUISA:


VÍDEOS RETIRADOS NO YOUTUBE






Um comentário:

  1. Será que ler demais - livros em papel - também não faz mal e não nos isola? Não há um preconceito contra este novo - já não tão novpo - meio chamado internet?
    Belo post...mas procure ser mais dialética...

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