sexta-feira, 22 de maio de 2009

A busca da felicidade


O que as pessoas esperam que os produtos adquiridos tragam?Pois bem, a felicidade, a realização, o status, são palavras que podem responder a pergunta.
Para encontrarem ou tentarem encontrar a tão procurada felicidade a sociedade consome, por muitas vezes de forma descontrolada. Esse consumismo é alimentado pelos meios de comunicação, que através da publicidade, mostra que uma família que tem mais dinheiro é mais feliz, ou o garoto que tem o carro do ano tem mais amigos. Isso tudo atinge a sociedade verticalmente, formando a cultura de massa, que é fabricações industriais, destinados a um aglomerado de pessoas (classes, famílias, indivíduos).
É bem comum, as pessoas consumirem para se sentirem realizadas, mais às vezes isso não acontece, e para aliviar o vazio acabam consumindo mais, com isso a sociedade acaba consumindo um produto não só por que realmente precise, mas por pura realização, é o caso dos celulares hoje em dia, onde com a tecnologia se pode: tirar fotos, filmar, ouvir música, assistir TV, entre outros, só que, o que realmente é necessário é esquecido, que é o fato de também fazer e receber chamadas.
Outro ponto, é a fuga da realidade, para se encontrar felicidade, então as pessoas a procuram em festas, novelas, filmes até as drogas, um escape, com intuito de esquecer seus problemas reais. Não que essa nova realidade ou “novo mundo” não seja real, pelo contrário para a pessoa isso é tão real, quanto acordar, andar e dormir. No caso de novelas, filmes, existe a catarse, em que há um prazer em ver a felicidade, nem que seja pela TV.
Voltando a falar de quem rege essas pessoas, a propaganda, que teve seu crescimento absurdo nos últimos tempos. Em uma propaganda não pode haver mentira, porém criam relações que poderiam acontecer somente em filmes de ficção, isso sem contar a relação com o lado sexual, quando em uma propaganda de cerveja, onde um homem comum, por consumir aquela cerveja, fica rodeado de mulheres, ou até as próprias propagandas imprensas, contrastando a imagem da mulher, quase nua, com a bebida. Nesse exemplo, pode ser verificado também a busca pelo corpo perfeito, para se enquadrarem num padrão de beleza, exposto e ditado pelos meios de comunicação, muitas mulheres se submetem a cirurgias plásticas, academias, clínicas de estética, enfim, usando um exemplo do cotidiano, acontecido geralmente nas classe mais baixas: O marido, na procura de esquecer seus problemas familiares e profissionais, vai até um bar, chega e olha pro pôster exposto atrás do balcão, provavelmente, esquivando-se da cabeça do dono do bar, para ter uma melhor visão, então, por gostar da moça da foto, pede a tal cerveja que ela segura, bebe e antes de sair do bar, ainda comenta sobre o corpo da moça, esse mesmo homem chegando em casa, ao ver sua esposa, que com o passar dos anos adquiriu uns quilinhos a mais, ele a insulta, com brincadeiras de mal gosto, então essa mesma esposa, assistindo TV, ouve atentamente um comercial de um emagrecedor, logo ela se lembra das palavras do marido e compra. Pronto, a publicidade consegue mais uma cliente.
Para sustentar a procura da felicidade, a indústria cultural, procura lançar cada vez mais novos produtos para substituir um sentimento de depressão por necessidade. A grande sacada da indústria, que a qual não pode prever até quando pode trazer coisas novas, é a ressurreição das antigas, como trazer a tona os produtos consagrados em outras décadas, é usado pela indústria fonográfica, com remixes de musicas que fizeram muito sucesso, ou também na TV e cinemas com remakes de filmes e novelas de grande sucesso. Porém a felicidade encontrada num final de novela ou filme, não tem nada de novo. Será que a busca dos sucessos do passado é uma base de segurança?
Podemos verificar então, alguns pontos que fortalecem a idéia de que as pessoas acham consumindo se encontra a felicidade, porém essa receita depende de cada um.

“Divirta-se, significa que não devemos esquecer a dor, mesmo onde ela se mostra. Na sua base do divertimento, planta-se a impotência. É de fato, fuga, mas não como pretende, fuga da realidade perversa, mas sim do ultimo grão de resistência que a realidade ainda pode haver deixado” (Luiz Costa Lima, em Teoria da Cultura de Massa, 1990, pág. 182)




Referências:

Artigo da Revista Lectura,nº3, ed. Evolutivo, 2005
"Propaganda, Felicidade e Consumo", por Ismar Capistrano Costa Filho
Aula do dia 12.05.09 de Pesq. em Comunicação - Profº Fernando

Livro Cultura de Massas no século xx: Neurose, de Edgar Morin
Capitulo: "Um terceiro problema"
Aula dia 08.10.08 de Estética e Cultura de Massas - Profº Zeca Soares

Video: http://www.youtube.com/watch?v=vFXRlVeZtWg

Foto 1:http://melhoragora.org/2008/05/20/como-escolher-ou-comprar-um-celular-certo/
Foto 2:http://unisite.com.br/Politica/22574/A-medida-em-que-sao-exibidas,-os-jovens-gostam-mais-da-propaganda-de-cerveja..xhtml

Como também aulas de Comunicação Comparada com ProfºMarcio Rodrigo


Postado por: Kátia Leal

3 comentários:

  1. Muito bom Post Kátia...

    Realmente acho que muitas pessoas consomem por estes motivos apresentados, mas como você bem citou, ser influênciado pela relação consumo = felicidade que a mídia faz vai de cada um.

    Estudei este artigo também, você conseguiu passar as idéias do autor com exemplos muito bons.

    Quantas referências hein...

    E vamos rezando pra tirar nota boa! hehe

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  2. Comentário acima.. Daniel Dias de Almeida Santos

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  3. Apocaliptico o texto...
    Por que consumimos? Por que estamos sempre insatisfeitos? A insatisfação com nós mesmos éuma invenção da mídia ou ela existe desde a origem da humanidade? Por que deixamos de morar em cavernas????
    Achei o vídeo de abre bem tosco e antiquado...

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