sexta-feira, 24 de abril de 2009

O homem

Ao ver o filme Click, deu um click em minha cabeça e logo pensei em varias coisas daquele filme que nos remete a comunicação comparada.

Para poder me lidar melhor e expandir esse tema ainda mais vou usar o filosofo Nietzsche ao qual um pouco de seu pensamento me remete muito ao musico Cazuza do qual compartilho certas idéias alem dele ter um vinculo muito forte com o viver o presente, uso também ele pois não quero ficar somente preso a cultura de massas, pois acho todos os meios trouxeram a humanidade a o que é hoje e todas as eras da comunicação acabaram fazendo nós termos os valores que temos difundidos na sociedade hoje em dia, portanto acho que não devemos estudar só a comunicação mas também as pessoas de nossa época que em minha opinião volto a dizer, tem tudo haver com o pensamento de Nietzsche.

Sabemos que as seis eras segundo Lucia Sandealla são a oral, a escrita, impressa, das massas, mídias e digital e que todas tecnologias que cada uma dessas eras nos propiciou não aniquilou a outra, ou seja há uma convergência entre elas há, mas também há uma convivência, digo isso me credenciando a voltar um pouco na história embasando melhor minha idéia.

Usando a escrita (bíblia) e a fala disseminou-se o cristianismo que se utilizou do pensamento socrático para fazer sua estrutura, o pensamento socrático abomina o ser sensível ou seja faz uma negação do corpo, das sensações, do agora, do conflito e das transformações fazendo nós termos uma imagem idealizada de nós mesmos e dos outros.

Em O crepusculo dos idolos 1888 Nietzsche diz:
Em relação a platão sou um setico fundamental e nunca tive em condição de concordar com a adimiração que é acorrente enrte os eruditos.

Em meio a grande fatalidade do cristianismo, platão é essa fascinação dubia chamada ideal, que tornou possivel para as naturezas nobres da antiguidade entender mal a si mesmas e conduzir até a ponte que os levou até a cruz.

Já na modernidade as pessoas preparam a vida para o futuro, com a crença que no futuro tudo será melhor, no futuro tudo vai dar certo, vou preparar a vida para os meus filhos, etc.

O que se encontra muito presente nesse filme é esse niilismo moderno, sempre que ele abre mão do presente para poder ter um futuro melhor.
(Niilismo quer dizer negação da realidade, "presente")

No livro A origem do nosso conceito de conhecimento de 1882, Nietzsche diz:
Não será o estinto do medo que nos obriga a conhecer, por que o que é familiar é conhecido, erro dos erros, o que é conhecido é abtual e o abtual é o mais dificil de conhecer ou seja de ver como problema, isso é de ver como estranho, afastado, fora de nós.

Num mundo em que os problemas estão de tal forma evidentes é muito facil cairmos em uma postura negativa recusando o presente em nome de um futuro promisor ou mesmo recusando qualquer promessa de felicidade futura.

Percebemos isso bem claro nos filmes de Hollywood, o que Morin chama de happi end (final feliz)ou seja o personagem bonzinho sofre o filme todo, tudo da errado, ele tem uma vida lastimavel, mas no fim tudo se resolve e como diz aquele bordão de contos de fada, "eles viveram felizes para sempre".

O que ocorre no filme é que nós vivemos em uma sociedade muito rapida e cada vez mais as propagandas nos dizem que devemos ter um milhão de coisas para sermos felizes e como Sartre diz, "a existencia precede a exencia", ou seja quando nascemos não temos valores e acabamos engolindo os valores da sociedade de consumo, nada nos satifaz pois tudo é muito fragmentado e muda muito depressa, sempre precisamos de mais e mais coisas, como o que Gramsci fala do conhecimento de nossa época que é muito fragmentado, que temos muitas informações mas não buscamos conhecer nada profundamente.

Com essa pressa toda de nossa época não conseguimos fazer nada por completo e Michael Newman personagem de Adam Sandler é um cara com ambição de riqueza. Ele trabalha em uma firma de arquitetura, dedica-se muito ao trabalho e quase não tem tempo para a família. Sonha com uma promoção e a sociedade na firma onde trabalha.
Quando é presenteado por um desconhecido com um controle remoto que ao invez de funcionar para trocar canais na televisão age em sua vida e ele descobre que pode avançar as brigas com a mulher, pausar a bagunça para poder trabalhar, voltar aos melhores momentos e rever os grandes acontecimentos com narração de James Earl Jones (a voz do vilão Darth Vader em Guerra nas Estrelas).
Mas esse controle remoto passa a ser sua grande instensão, como diz Mcluhan, nós criamos as extensões e elas nos recriam e no casso dele a extensão o fez uma pessoa completamente diferente alem de o tornar dependente dela, fazendo com que ele fosse narcotizado, negando todos os conflitos que a vida nos empõe.

Em O nascimento da tragedia 1872, Nietzsche diz:
Se a ciencia produz cada vez menos alegria em si mesma e gera cada vez mais alegria colocando sobre suspeita os confortos da metafisica, da religião e da arte então a maior fonte de prezar a qual a humanidade deve quase toda sua qualidade humana fica empobresida.
Uma cultura elevado por tanto, deve dar a o homem um cerebro buplo duas cameras cerebrais por assim dizer, uma para experimentar a ciencia e outra para experimentar a não ciencia.

O que ocorre é que a ciencia não se destingue da religião em seu niilismo e nos remete a fugirmos dos conflitos a dar valor a chegada e não ao caminho.
Isso é presente muito fortemente na sociedade de hoje, aquele velha frase de criança, quando eu crescer eu vou ser...
Através das nossas extenções o mundo esta ficando cada vez mais rapido e nós morrendo cada vez mais velhos, há dois fatores que nos massacram:
Por tudo ser rapido de mais, conseguirmos acompanhar cada dia menos a evolução de nossa sociedade e com isso aumenta nossa anciedade e também nossa angustia perante as coisas de nosso tempo e outro fator e que por nossas extenções nos ajudarem a viver a cada dia mais, há uma massificassão da populalão humana no mundo e o sistema não consegue englobar a todos, o que gera uma competitividade fora do comum.

Com os fatores de angustia e competitividade podemos nos remeter a duas coisas muito presentes em nossa época que é o trabalho vindo dessa modernização, evolução continua em que vivemos ou a religião que no caso a maior do mundo é o cristiansmo e esses dois tanto o cristianismo quanto a evolução finaceira e proficional são niilistas e Michael no filme é um idealista, que tem claro o que ele quer ser no futuro, com isso ele acaba
“vendo a luz, mas não iluminando suas mini-certezas vivendo contando dinheiro e não mudando quando é lua cheia” (cazuza- blues da piedade)

Idealismo é semelhante a um niilismo segundo Nietzsche, pois o idealista se refugia em em mundo e se naga a realidade que nos cerca e tente mudar o mundo através de sua filosofia já pré concebida.
O idealista é incorrigível, se é expulso do seu céu faz um ideal do seu inferno.

Fazendo um paralelo do filme com a tecnologia da comunicação de hoje é estranho, mas surpreendente como o controle remoto tem haver com o orkut, o MSN, por exemplo, há muitas pessoas que preferem conhecer as outras pela Internet, normalmente por esses dois meios já cintados, por que é mais cômodo e como Michael eles também estam fugindo do conflito que é a vida, do erro, de não ser aceito, de estar exposto as variaveis, pois se você adicionou alguém no MSN, por exemplo, e a pessoa não quiser te adicionar, tudo bem sua exposisão é minima, mas se está passando uma mulher bonita na rua e você tenta a conhecer, você está exposto as variaveis da vida, ela pode falar com você, como pode te chingar, não olhar na sua cara, etc.
Ou seja usamos os meios de comunicação para fugir de nossos conflitos com a vida as vezes.

Se repararmos, atavés das novas tecnôlogias que ao mesmo tempo que nos aproximam nos afastam, acabamos usando somente dois sentidos dos cinco que temos, ou seja você não sente o cheiro das pessoas, não sente o gosto e se distancia do sentido primordial do prazer que é o tato, não estou aqui de forma nem uma criticando os meios de comunicação que acho que são fundamentais em nossa época, mas sim a maneira que o ser humano se esconde atraz de seus meios e se torna escravo de tudo que cria.
E a cultura de massa e agora ciber cultura nos remetem muito a essa escravissação, O ser humano acaba vivendo em uma constante neurose, pois como diz Mcluhan, ja que através da eletricidade projetamos nosso sistema nervoso central agora exposto do lado de fora de nosso corpo.
Nós fazemos moral, tabus, conceitos e depois que isso é massificado através dos meios nos tornamos escravos de nossas próprias palavras, como no caso dos hippies que defendiam o uso de drogas e hoje mais velhos muitas vezes não querem seus filhos usando drogas, ou seja, um valor que eles difundiram na sociedade através dos meios hoje sai do controle de seu criador e tem uma vida própria.
Para finalizar esse texto quero ressaltar que o que foi dito aqui é para mostrar que na verdade não são os meios de comunicação os vilões que vieram aqui colonizar o mundo, mas sim a sociedade que vem com conceitos difundidos pela igreja católica tirados de uma veia platônica e depois a modernização que trás conceito de carreira, de viver para ser alguém no futuro que são conceitos totalmente niilistas que em meu ver fazem a sociedade se narcotizar de tal modo pelos meios de comunicação abolindo pouco a pouco os nossos sentidos mais referentes ao prazer, a gustação, o olfato e o principal deles o tato.

Livros:

O nascimento da tragedia 1872, Nietzsche
A origem do nosso conceito de conhecimento de 1882, Nietzsche
O crepusculo dos idolos 1888 Nietzsche

Programa:

Café Filosófico com Vivane mosé / tema: nietzsche

Musica:

Blues do iniciante- Cazuza

Filme:

Click

4 comentários:

  1. ♫♫ uFA...
    que explosão de pensamentos hein cara? É impressionante como tudo está relacionado né? o que seria desse mundão de meu Deus se ele fosse feito de respostas simples e objetivas...
    o fato é que somos insatisfeito por nossas escolhas, nossos caminhos e acabamos culpando o mundo por isso... O happy end vem dessa necessidade de pautar nossa vida no mundinho perfeito dos filmes, das novelas, dos romances por que sabemos que não temos coragem de ser e realizar... Vivemos em fução de nossa narcose para camuflar tudo isso! Hipócrita que somos...

    parabéns pelo post....

    abç ♫♫

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  2. Meu, primeiramente vc juntou um filme, conceitos de filósofos e idéias da nossa aula de Comunicação Comparada é uma junção no minimo louca rs. Mas realmente deu pra entender o que tu quiz passar.

    Vivemos em um mundo onde vários tem muitos problemas e o mais cômodo é cairmos na idéia do presente infeliz e buscar um futuro brilhante e etc ... Dá a impressão que nosso nascimento é uma forma de "" Venha para meu mundo de consumo "" , pois é , sempre mais , sempre se atualizar mais , sempre gastar mais , sempre se individar mais rs. O Pensamento do Gramsci é uma das coisas que mais vejo hoje em dia, em vários setores e este filme é um exemplo claro disso.

    abs

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  3. Véio, Parabéns!!!
    Bela reflexão...
    Realmente vivemos com necessidades que geram outras necessidades e por ai vai... nunca estamos felizes e satisfeitos, e quando o problema é tempo... há se tivessemos um controle remoto que fizesse nossas frustrações passar mais rápido, ou então que nos fizesse voltar ao passado e consertar tudo...
    Infelismente isto não mudará nunca, porque somos "O homem", o ser mais hipócrita ja inventado.

    Parabéns pelo texto, mas cuidado pra não cair dentro do vaso,rsrs

    Abraços

    H. Elifas

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