quinta-feira, 16 de abril de 2009

O “merchan” na TV



Esta é uma tática conhecida para não perder os telespectadores que mudam de canal quando começa os comerciais. Os próprios apresentadores acabam fazendo a propaganda dentro de seus programas, o chamado “merchandising”.
O “merchan”, que antes, era apenas uma prática de anuncio, está tornando-se onipresente na televisão.
A pedido do Jornal da Tarde, foi feito um levantamento das inserções de merchandising entre os dias 15 e 31 de março, nos programas: CQC (Band), Domingão do Faustão e Big Brother Brasil 9 (Globo), Domingo Legal (SBT), Hoje em Dia (Record) e Pânico na TV (Rede TV). Segundo a pesquisa, Domingão do Faustão e BBB foram os programas que, obtiveram o maior tempo desse tipo de propaganda. Cerca de 16% do tempo do Faustão foi ocupado por anúncios nos dias 16 e 29 de março, ou seja, 30% do programa teve “ merchan”. Nas outras emissoras o tempo ocupado por essa prática foi de 6%.
Segundo a Central Globo de Comunicação, “a principal regra que orienta o merchandising é a adaptação” ! E o que tudo indica é que a Globo vai investir pesado nisto, inclusive com novas tecnologias.
A próxima técnica consiste em, as telenovelas trocarem os anúncios brasileiros por anúncios estrangeiros quando o programa for vendido no exterior. Os apresentadores dizem que não falam do produto, apenas o mostram.
Os apresentadores não dizem: compre, beba, use. Eles apenas demonstram o produto. E é claro que eles ganham cachê para isto.
Segundo o apresentador Milton Neves, “combater a publicidade e o merchandising é utopia. Na TV, você só fica no ar se tiver faturamento ou audiência.”
Na pesquisa do controle de consciência, o levantamento dos principais anunciantes, da qualidade de inserção e do tempo que a marca ficou no ar, permitiu ter uma idéia de quanto cada imprensa investiria em seus “merchans”, porém este número é dificilmente usado como base.
Se fosse utilizado a base de valor da tabela, com o Banco Bradesco, no programa Domingão do Faustão. O Banco teria que ter investido em 15 dias, 11 milhões de reais. Mas o valor real foi bem menor (não divulgado).
Segundo a pesquisa o “ merchan” que mais incomoda o telespectador é o “merchan” que interrompe a atração para o apresentador dar “um recadinho”.
Marcos Vícios Chisco, diretor do merchandising da Record, falou que “o merchan interruptivo afeta o programa, por isso, a Record se preocupa em fazer de uma forma que haja integração com a pauta.

Fonte: Jornal da tarde, variedades

São Paulo, Sábado 11 de Abril de 2009.

3 comentários:

  1. gostei do texto.
    só acho que não serei eu o cara que irá partir em defesa dos merchandising, mas isso acontece desde o rádio em seu inicio os comerciais eram ao vivo e muitos dentro da programação e com o controle remoto chegou o comercial as grande parte das pessoas mudam de canal mesmo, se a tv aberta é gratuita é graças as propagandas como eu coloco em meu primeiro post, acho totalmente valido, o que é criticavel para mim é o fato de mais de 10% do tempo de alguns programas forem só de merchandising, pois com o intervalo comercial junto acaba que se assiste mais as propagandas do que os programas em si.

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  2. Pois então Henrique
    esse é o objetivo das propagandas !!!!
    é segurar e chamar a atenção do público...

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  3. Creio que dentro do espectro da Comunicação Comparada o ponto a ser explorado a fundo neste post seria o fato de a Globo trocar para os outrosm países em que exibir seus programas os produtos de merchandising.

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