1964, Brasil. O pais encontrava-se em constantes conflitos sociais. A população vai as ruas para protestar contra o governo de João Goulart. Estudantes, organizações populares e trabalhadores ganharam espaço, causando a preocupação das classes conservadoras, tais como, empresários, banqueiros, Igreja Católica, militares e classe média. Todos temiam que o Brasil se voltasse para o lado socialista. Este estilo populista e de esquerda, chegou a gerar até mesmo preocupação nos EUA, que junto com as classes conservadoras brasileiras, temiam um golpe comunista no Brasil.
O clima de crise política e as tensões sociais aumentavam a cada dia, até que na noite de 31 de março de 1964, ocorreu o Golpe de Estado, dando início ao período da Ditadura Militar, que ficou no poder até o ano de 1985. Instaurado o regime militar, os generais do exército passaram a governar o país de forma conservadora e autoritária, através de Atos Institucionais. Jornalistas, estudantes e intelectuais eram considerados “subversivos”.
Em 1968 os jovens se rebelavam em várias regiões do mundo. O Planeta passava por uma intensa modificação quanto aos valores sociais e individuais. Um ano de muitos protestos por parte dos jovens que viam que algo estava errado e necessitava de mudanças. Na França, os estudantes quase tomaram o poder. Nos Estados Unidos se rebelavam contra a Guerra do Vietnã. No Brasil, o movimento estudantil tem como alvo a ditadura militar, as passeatas dos estudantes e intelectuais enchiam as ruas.
Era um grande marco para a globalização e inicio de uma nova era para os meios de comunicação, e sobre tudo para a Industria Cultural. De certa forma, jovens de vários países mesmo sem se conhecerem estavam sintonizados e “enredados”. O mundo mudava, logicamente que cada país tinha o seu “time” mas os objetivos eram basicamente os mesmos: “libertade”.
Em meio a essas mudanças globais, compositores baianos (Tom Zé, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Torquato Neto) deram inicio a Tropicália. Foi um movimento cultural brasileiro, iniciado no festival de MPB realizado pela TV Record em 1967. Era uma versão brasileira do movimento rippie americano, buscando a liberdade de expressão. A utilização da música para promover uma ruptura aos limites impostos pela Ditadura era algo marcante, trazendo irreverência e informalidade, mas com uma mensagem de fundo.
A repressão era grande e em 1968 o governo sanciona o AI-5, restringindo ainda mais a veiculação das músicas e também as manifestações dos civis, censurando qualquer tipo de material que pudesse ser uma ameaça. Porém a intelectualidade dos compositores era superior a ignorância dos militares. Esta foi uma maneira de nossos artistas não se calarem, mesmo com as leis impostas pelos governantes, o desejo de viver em um país democrático falava mais alto, mais era necessário ser muito mais do que intelectual, era preciso ser estrategista, coisa que nossos heróis fizeram muito bem. A utilização da música que é extensão de nossos sentimentos, incorporada a uma linguagem totalmente adaptada por meio de signos e símbolos conseguia atingir e sensibilizar as pessoas, de maneira a mostrar para o povo que os tropicalistas estavam enxergando os problemas do país e principalmente que estavam ajudando a quebrar os paradigmas militares de uma forma massificada, e conscientizá-las de que o país estava mergulhado num regime de horror.
Ao incorporar signos da indústria cultural e pondo-os em fusão com os materiais das tradições nacionais, a Tropicália incrementou processos de comunicação dentro da estética musical e seus ambientes midiáticos. O fato é que de uma forma ou de outra a massificação cultural parecia exigir posicionamentos, e as controvérsias daí decorrentes não se restringiam ao Brasil. Os conhecidos questionamentos sobre a “cultura de massas”, como os desenvolvidos pelos teóricos de Frankfurt, ainda estavam em curso, o que levou os militares brasileiros a prenderem Caetano Veloso e Gilberto Gil e posteriormente exilá-los para a Inglaterra.
A Tropicália durou 14 meses. De início muitas pessoas não compreendiam as letras, e a rejeição ao movimento era grande, porém a polêmica em torno disto gerava ainda mais veiculação na mídia, sobre tudo na TV e no rádio. O jeito despojado de se vestirem, aliado a música Popular Brasileira "globalizada" e hibridizada pelas guitarras elétricas americanas, aliado as críticas a Ditadura Militar contagiavam o público e até hoje é tido como o movimento musical mais importante da história da música nacional, se perpetuando aos nossos dias refletindo na música, na arte, e no comportamento do povo brasileiro.
O clima de crise política e as tensões sociais aumentavam a cada dia, até que na noite de 31 de março de 1964, ocorreu o Golpe de Estado, dando início ao período da Ditadura Militar, que ficou no poder até o ano de 1985. Instaurado o regime militar, os generais do exército passaram a governar o país de forma conservadora e autoritária, através de Atos Institucionais. Jornalistas, estudantes e intelectuais eram considerados “subversivos”.
Em 1968 os jovens se rebelavam em várias regiões do mundo. O Planeta passava por uma intensa modificação quanto aos valores sociais e individuais. Um ano de muitos protestos por parte dos jovens que viam que algo estava errado e necessitava de mudanças. Na França, os estudantes quase tomaram o poder. Nos Estados Unidos se rebelavam contra a Guerra do Vietnã. No Brasil, o movimento estudantil tem como alvo a ditadura militar, as passeatas dos estudantes e intelectuais enchiam as ruas.
Era um grande marco para a globalização e inicio de uma nova era para os meios de comunicação, e sobre tudo para a Industria Cultural. De certa forma, jovens de vários países mesmo sem se conhecerem estavam sintonizados e “enredados”. O mundo mudava, logicamente que cada país tinha o seu “time” mas os objetivos eram basicamente os mesmos: “libertade”.
Em meio a essas mudanças globais, compositores baianos (Tom Zé, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Torquato Neto) deram inicio a Tropicália. Foi um movimento cultural brasileiro, iniciado no festival de MPB realizado pela TV Record em 1967. Era uma versão brasileira do movimento rippie americano, buscando a liberdade de expressão. A utilização da música para promover uma ruptura aos limites impostos pela Ditadura era algo marcante, trazendo irreverência e informalidade, mas com uma mensagem de fundo.
A repressão era grande e em 1968 o governo sanciona o AI-5, restringindo ainda mais a veiculação das músicas e também as manifestações dos civis, censurando qualquer tipo de material que pudesse ser uma ameaça. Porém a intelectualidade dos compositores era superior a ignorância dos militares. Esta foi uma maneira de nossos artistas não se calarem, mesmo com as leis impostas pelos governantes, o desejo de viver em um país democrático falava mais alto, mais era necessário ser muito mais do que intelectual, era preciso ser estrategista, coisa que nossos heróis fizeram muito bem. A utilização da música que é extensão de nossos sentimentos, incorporada a uma linguagem totalmente adaptada por meio de signos e símbolos conseguia atingir e sensibilizar as pessoas, de maneira a mostrar para o povo que os tropicalistas estavam enxergando os problemas do país e principalmente que estavam ajudando a quebrar os paradigmas militares de uma forma massificada, e conscientizá-las de que o país estava mergulhado num regime de horror.
Ao incorporar signos da indústria cultural e pondo-os em fusão com os materiais das tradições nacionais, a Tropicália incrementou processos de comunicação dentro da estética musical e seus ambientes midiáticos. O fato é que de uma forma ou de outra a massificação cultural parecia exigir posicionamentos, e as controvérsias daí decorrentes não se restringiam ao Brasil. Os conhecidos questionamentos sobre a “cultura de massas”, como os desenvolvidos pelos teóricos de Frankfurt, ainda estavam em curso, o que levou os militares brasileiros a prenderem Caetano Veloso e Gilberto Gil e posteriormente exilá-los para a Inglaterra.
A Tropicália durou 14 meses. De início muitas pessoas não compreendiam as letras, e a rejeição ao movimento era grande, porém a polêmica em torno disto gerava ainda mais veiculação na mídia, sobre tudo na TV e no rádio. O jeito despojado de se vestirem, aliado a música Popular Brasileira "globalizada" e hibridizada pelas guitarras elétricas americanas, aliado as críticas a Ditadura Militar contagiavam o público e até hoje é tido como o movimento musical mais importante da história da música nacional, se perpetuando aos nossos dias refletindo na música, na arte, e no comportamento do povo brasileiro.
Fontes:
http://revcom2.portcom.intercom.org.br/index.php/Comedu/article/viewFile/4489/4211
http://www.revistacontemporaneos.com.br/n3/pdf/tropicalia.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/648-2.pdf?PHPSESSID=2009050708274935
http://biblioteca.universia.net/ficha.do?id=6881288
http://www.mackenzie.br/fileadmin/Pos_Graduacao/Mestrado/Educacao_Arte_e_Historia_da_Cultura/Publicacoes/Volume3/O_movimento_tropicalista_e_a_revolucao_estetica.pdf
http://www.youtube.com/watch?v=Emm1oFoUtd0
http://www.youtube.com/watch?v=M1IAfNEGluY
http://www.youtube.com/watch?v=hxvfPquvBH8&NR=1
Aulas – Professor Márcio Rodrigo
Belo texto, a tropicália foi muito criticada na Época, pois principalmente a partir de 68 todos já estavam de saco cheio da ditadura e queriam musicas de impacto, havia uma guerra onde de um lado estava a esquerda com os intelectuais e uma parte da juventude e de outro a direita no governo e a tropicália não era esquerdista e nem da direita, o pouco que conheço desse estilo faz com que eu ache que eles eram mais próximos dos hippies mesmo.
ResponderExcluirA guerra fria estava explodindo no Brasil, sendo que havia um monte de intelectuais marxistas pensando no comunismo e a ditadura capitalista e de estrema direita, vejo a tropicália no meio, acho que muitas musicas do Caetano e do Gil profetizaram os dias de hoje, acho que o olhar deles era mais aberto, por isso eram incompreendidos no começo.
A única pena é que ao envelhecer vemos:
Que quem me deu a idéia de uma nova consciência e juventude, está em casa guardado por deus contando mil metal.
Caro Elifas!
ResponderExcluirGENIAL mais uma vez!
Parabéns!
Qem deflagrou a Tropicália foi Hélio Oiticica seus penetráveis e parangolés...artes visuais que tomaram outras artes.. híbridos e mais híbridos
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bom artigo! Excelente informação! Gostei!
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